18.3.07

Questão de meio.

A moda no Brasil nunca mais será a mesma. Agora estou livre. Todos estamos. Pode-se ir onde quiser e como quiser. Sem camisa, tênis num pé, nada no outro, turbante de aiatolá e calça social marrom com listras, por exemplo. Isso numa festa na ilha de Caras.
Mas por que agora estamos livres? A história é curiosa. Ronaldo Esper, aquele que vivia “espetando” os outros num programa de TV, criticando a vida de todo mundo como se fosse um deus no dia do Juízo Final, foi preso por furtar dois vasos de mármore italiano de um cemitério.
Defendeu-se dizendo que pensou que não fosse de ninguém e disse não saber que era de mármore nobre. Acredite quem quiser ou puder nisso.
Liberdade! Liberdade para todos.
Ainda bem que ele não furtou um pote de margarina, pois, se tivesse sido isso, estaria preso até hoje.

Mudando de assunto...

Paulo Ricardo, incansável, remontou a banda RPM para cantar os novos sucessos dos já longínquos anos 1980. Esteve hoje no Faustão. Este, como sempre, elogiou de forma melosamente “grudenta” a “incrível” banda de rock. Rock? Bom, tudo bem. Eles só irão durar até o final desse Big Brother Brasil. Depois hibernarão até o início do próximo BBB. Ainda bem que é somente um por ano.
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Por Marco Vicente

4.3.07

A inversão do ônus da festa

Aniversário é sinônimo de festa. Muitos vibram porque adoram bolo, salgadinhos e refrigerante. Outros, pelo contrário, lamentam, pois vão gastar com presente. Mas isso depende muito da idade do aniversariante. Criança não compra presente, então, a festa é lucrativa. Adolescente depende, alguns já trabalham e compram, outros ainda dependem dos pais. E pra adulto nenhum dos dois, mas sobre essa parte falarei no fim do texto. Façamos agora uma pequena evolução das festas, conforme a idade do aniversariante.

1 ano: a pobre criança não entende nada, aquela gentarada ao redor, ele não sabe discernir os presentes bons dos ruins, ganha um monte de pacote de fraldas e alguns brinquedinhos barulhentos, do tipo chocalho, pra se entreter.

2 anos: já entende alguma coisa, ganha alguns carrinhos e outros brinquedos do tipo, que são destruidos em menos de uma semana, além de roupinhas, que geralmente ficam grandes ou curtas. As outras crianças ficam com inveja dos brinquedos e querem brincar também, o aniversariante não deixa, é um chorero só! Quase sempre é nessa hora que a festa acaba.

Com uns 5 anos o aniversariante já começa a pedir o presente dos sonhos pros pais e com a maior sinceridade faz cara feia praqueles presentes que julga ruins ou pros repetidos que ganha dos amiguinhos, como, por exemplo, 5 pares de meia.

Lá pelos 12 anos os amiguinhos já vão sozinhos à festa, cada qual com seu presentinho em mãos. É claro que, eventualmente, aparece aquele envergonhado sem presente, mas sempre escuta aquela velha e confortante frase: “deixa pra lá, o importante é a sua presença...” (humm.. . sei... se fosse o aniversário de 5 anos o coitado seria expulso a pontapés). Outra coisa ruim acontece na escola no fim da aula, quando começa a “brincadeira” do ovo com farinha...

Com uns 14, 15 anos a festa é feita à noite, já começa até a rolar paquera na festinha, ou então a divisão, se é o aniversariante, só vai homem, se é a aniversariante, só mulheres e é claro, sempre aparecem aqueles tios e tias, que jamais perdem uma “boquinha”.

A partir dos 18 anos a história começa a mudar de figura. Em casa não há festa, ou então, apenas um bolinho pros avós e, quem sabe, alguns parentes. Presente? Dos pais, talvez e da namorada ou namorado, caso tenha. Dos amigos? Um abraço e olhe lá! O pior é no trabalho e/ou na faculdade, quando começam as pressões: “e aí fulano! Onde vai ser a cervejada??!”.

É então que aquele sujeito que sempre ganhou a sua festa, sempre ganhou presentes, entra em conflito com a sua mente: Que inversão do ônus da festa é essa? Como é possível o dia que sempre foi o mais feliz do ano se transformar nesse pesadelo?

Pois é, por esse ponto de vista materialista o aniversário acaba se tornando uma porcaria pro aniversariante e uma beleza para os amigos. Antes o lucro era pro aniversariante, agora, para os amigos.

Mas isso não é tão ruim quanto parece. Afinal, todo mundo tem pelo menos uns dois amigos que vão pagar festa também. Digo isso porque, obviamente, nem todo mudo cede às pressões, eu sou um exemplo. Por enquanto, porque mais cedo ou mais tarde vou ter que pagar...


Por Guilherme M. Marcon.