16.8.06

É bem mais fácil destruir do que criar...

A falta de criatividade da maioria dos músicos brasileiros contemporâneos é indiscutível. Sempre utilizando rimas "manjadas" e/ou "lá lá lá", "tchururu", "o o ô" etc... para compor suas letras. Além da parte instrumental, que geralmente também não traz nada de novo aos ouvidos.

Diante dessa dificuldade em fazer algo de qualidade ou simplesmente diferente, que faça sucesso, os sabichões partiram para as versões. Escolhem uma música estrangeira de sucesso e trocam a letra, mas a tradução dificilmente deixa a música com o mesmo sentido e as rimas também desaparecem. É aí que surgem as decomposições¹, pois a nova letra fica vinculada ao ritmo da antiga, o que acaba restringindo ainda mais a criatividade. E é nesse contexto que hits como Hotel California (Eagles), Is this Love (Whitesnake) e tantas outras músicas, composições magníficas que naturalmente alcançaram sucesso, são decompostas, através de verdadeiras paródias.

Como exemplo, aí vai uma comparação de um trecho da letra original da música Hotel California, seguida da tradução e depois, fechando com chave de ouro, a obra prima dos gênios MAX e MICHEL:

There she stood in the doorway; [Lá estava ela no caminho da porta;]
I heard the mission bell [Eu ouvi a campainha da recepção]
And I was thinking to myself, [E estava pensando comigo mesmo, ]
'This could be Heaven or this could be Hell' ['Este poderia ser o céu ou poderia ser o inferno']

Dizendo perdão e pensei,
que tinha chegado ao céu
Ah, eu não acreditei,
quando você me levou pro hotel.

Deprimente, não?!
A letra inteira é do mesmo nivel, quem é masoquista pode dar uma olhada na letra e até baixar a música nesse link: http://www.buscamp3.com.br/artistas/30339_music.asp?br=1

Pode, mas eu não aconselho...


¹GARCIA, Ramon. Diálogos teratológicos. Laboratório Dr. Roberto, Tubarão, 28 jun. 2006


Por: Guilherme M. Marcon

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Terei o prazer de ser o primeiro a tecer um comentário, primeiramente agradecendo pela citação de minha pessoa, lembrando de nossos diálogos teratológicos, bem, quase teratogênicos do laboratório.
Sim, muitos artistas levam dias, meses até anos para compor uma música, mas em bem pouco tempo, alguns "arteiros" tem a capacidade ou talvez a incapacidade de decompor aquela canção. Será que realmente nada se cria, nada se perde, tudo se transforma? Sim, nada se cira, muito se perde e tudo se transforma em um grande musicocídio.

1:37 AM  

Postar um comentário

<< Home